O primeiro passo

Foi um ano difícil. Segundo notícias divulgadas repetidamente pela imprensa nacional, vimos o maior índice de desmatamento dos últimos dez anos ao mesmo tempo que a fiscalização ambiental foi reduzida drasticamente. Houve invasões de reservas indígenas das quais resultaram muitas mortes, além de inúmeros registros de garimpos ilegais contaminando os rios. Doenças proliferaram entre os povos indígenas e o orçamento da ciência e tecnologia foi drasticamente reduzido. Temos vivenciado um crescente desastre ambiental, econômico e social em grande e pequena escala. Mesmo para quem não acompanha os noticiários, basta olhar pela janela ou andar pela própria cidade para ver que a natureza está sendo destruída constante e sistematicamente bem diante de nossos olhos.

Diante de um cenário desses, fica difícil ter esperança. Por outro lado, como não ter? Esperança é o que nos resta. Por isso, hoje em dia, é cada vez mais importante unirmos nossas esperanças individuais, formarmos uma comunidade global e batalharmos juntos por mudanças. Afinal, somos responsáveis por nosso planeta e pelas próximas gerações. O que queremos deixar para nossos filhos? Como queremos ser lembrados? Que tipo de sementes estamos plantando hoje e que frutos serão colhidos por nossos descendentes? São perguntas que todo adulto minimamente consciente tem que se fazer hoje e que tornam a inação impossível. Agir é urgente e é também o maior bem que podemos praticar para aqueles que nos sucederão.

Felizmente, há pessoas despertando para isso no mundo inteiro. Qualquer pessoa informada sabe que a probabilidade de um único ser humano existir é quase nula. Até hoje, não se sabe de outros planetas habitados próximos ao nosso. Para existirmos, inúmeras condições se fazem necessárias. A subsistência de uma comunidade de mais de sete bilhões de seres humanos, que cresce constante e exponencialmente, requer uma revisão abrangente e profunda das estratégias de subsistência. A pandemia atual deixou isso bem claro para todos nós. Só não vê quem não quer. Essa é a nossa grande tarefa individual e coletiva dos próximos anos e disso depende o porvir de nossa espécie. A boa notícia é que não é tão difícil assim. Basta olhar em volta, ir em busca daqueles que estão cientes disso, unir-se a eles e começar a ajudar nem que seja um pouco. Se todos fizerem isso, as coisas começarão rapidamente a acontecer.

Por isso, nesse novo ano que inicia, ofereçamos a nós mesmos a resolução de começar a mudar. Não é preciso esperar até que possamos fazer algo impactante, afinal, toda grande viagem começa com o primeiro passo. Convidamos todos vocês a nos contatarem e se informarem como podem ajudar. Neste momento histórico de uma civilização à beira do colapso e da extinção, o ato mais revolucionário e o melhor presente que podemos dar a nós e nossas famílias é cuidar de nosso querido lar, afinal, quem ama cuida. Juntos, cuidamos muito melhor uns dos outros e somos muito mais fortes. Lembrando das palavras do grande educador e filósofo Paulo Freire: “Amar é um ato de coragem”. Amemos, então.

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